Este ano, grande parte do cenário da música virtual mudou. Já não é mais presente conteúdos líricos profundos: Van Vogue lança "Homens", Maicow Reveley lança "Furacão da CPI", Emmy Leitão lança "Lobo-Mau", Shanna Evans lança "Equação", Beth Thunder lança "Vadias". Então, o que a controversa cantora Sara faz? Ela recruta Gabi e Tammi Dallas, e começa a escrever sem ajuda e muda completamente sua direção musical. Então, entramos em Encounter, um álbum cuja expressão simboliza "seja você mesmo", e é o que Sara tenta fazer num disco que não é nem muito leve nem muito pesado.
Da arte de capa trippy à abundância de faixas atmósfericas e vocais experimentais, este foi o seu grande salto em frente. A decisão de Sara repercutiu no RPG, mas, infelizmente, faltavam elogios da crítica. Os críticos consideraram um erro, e o público não ficou impressionado. O que é triste, porque este é um recorde muito bom para a cantora.
Ao contrário de seus trabalhos anteriores, este álbum soa mais forte e tem uma sensação mais natural. Suas habilidades de composição percorreram um longo caminho, e Encounter flui junto como um álbum. Vale outro olhar.
Desde o início, fica claro que essa não é a mesma garota que cantou "Você Não Pode Me Salvar" ou "Quarto Privado". A faixa de abertura, "E Se...", mistura breakbeats nítidos com uma progressão de piano e cordas exuberantes. Ao cantar "Quem é Sara? / Quem é Vitor?" ela põe em dúvida a si mesma e aos ouvintes sobre quem de fato ela está falando, e talvez tenha sido esse o real problema do álbum. Encounter é realmente um encontro com si ou um conflito de identidades?
O álbum centra-se no tema da imagem pública e privada de Sara. O tema explora em diferentes aspectos de sua vida, incluindo o amor, depressão, raiva e autodescoberta. Tomemos, por exemplo, "Memória De Toques", uma faixa sem esforço, sexy, misteriosa e borbulhante que não consigo tirar da cabeça. O single rochoso "Algo Para Acreditar", apesar de seu refrão de destaque, é na verdade uma das faixas mais desajeitadas do álbum.
Sara declara ferozmente sua independência, mas admite sua vulnerabilidade inata. Cria sua própria atmosfera esfumaçada com buzinas suaves, faixas vocais experimentais e letras elegíacas. Talvez Sara tenha superestimado seu público e seus críticos. A faixa final cinematográfica representa a liberdade criativa presente no disco. Encounter, enfim, é o trabalho de uma artista disposta a correr riscos, não de uma rainha do pop ou dance preocupada em preservar seu reinado. O que é importante é a música, e Encounter é facilmente o melhor álbum de Sara até agora.
NOTA: 81
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