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O que faz Victoria Dyer, recém-chegada na indústria musical e vencedora do Platinum Awards de Artista Revelação, tornar-se capa da Vogue? A novata vem arrasando o Oddcast com seus visuais dark, instrumentais originais e produções cinematográficas. A verdade é que Dyer está a frente de muitas artistas veteranas, e nesta entrevista exclusiva descobrimos o porquê.
Entrevista
Vogue: Boa noite, amore! Acomode-se e seja bem-vinda! Desculpe pelo atraso, o Uber atrasou um pouco...
Victoria Dyer: Obrigada! Não tem problema, cheguei há pouco tempo...
Vogue: Ah, garota linda... Então, seu lançamento mais recente foi o acompanhamento visual de "Tolos", um videoclipe esplêndido, dirigido e animado por você. As expectativas eram altas, e você deu tudo o que nós queríamos! Como foi fazer um clipe para uma faixa tão sincera e emocionante?
Victoria Dyer: Foi um tanto difícil para mim, saindo de um hiatus visual e procurando a melhor forma de me expressar. O projeto do clipe ficou parado por alguns meses até a inspiração que eu precisava chegar. Apesar de não ter acabado exatamente como eu queria — como disse Da Vinci: "A arte nunca é acabada, apenas abandonada" — tenho muito orgulho do visual de "Tolos", que é um marco para mim.
Vogue: Outro indubitável marco seu foi o seu intrigante álbum de estreia, lançado um pouco antes do lançamento do clipe. Mas se engana quem pensa que este é seu primeiro projeto musical. Alguns EPs e singles avulsos foram lançados por você, mas todos eram instrumentais. O que te fez começar a cantar nas suas músicas?
Victoria Dyer: Bem, eu sou muito adepta à transformação, minha música ao longo do tempo é uma prova disso. Enxerguei uma nova possibilidade de expressão e decidi me aventurar nela. Usar palavras e nuances da voz humanóide para comunicar e evocar emoções é algo excitante e, ao mesmo tempo, desafiador. Ainda estou aprendendo muito sobre composição, mas buscando sempre o equilíbrio entre a voz e o instrumental — uma cooperação para que ambos alcancem seus devidos propósitos.
Vogue: No dia do lançamento, você explicou que o álbum centrava numa personagem, uma máquina em busca da humanidade em si e compreender o mundo. Ao meu ver, no fim do álbum, a personagem de fato o compreendeu, mas se sentiu decepcionada ao se assemelhar com os humanos, por toda corrupção e maldade que há entre eles — digo isso por observar as composições que, em geral, revelam uma certa aversão a raça humana. Você acha que a personagem pretende se isolar, tornar-se autossuficiente por ter capacidade intelectual, física e psicológica avançadas devido a tecnologia, ou ela pretende convidar mais pessoas para o seu movimento subversivo, como é cantado na faixa "Utopia"?
Victoria Dyer: Ela provavelmente se misturaria entre os humanos e seguiria com uma vida "normal", colocando suas máscaras e se adequando ao meio. Na pior das hipóteses, fritaria seu próprio processador — A realidade é decepcionante (risos). "Utopia" não pode ser considerada exatamente um hino subversivo, à medida em que utopias se transformam em infernos justamente por causa de seus habitantes. A ideia de 'fugir da utopia' é deixar de sonhar com um mundo perfeito, pois o maior problema de qualquer sociedade está nas pessoas.
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Vogue: Além do storytelling, produção e composição impressionantes, a capa do disco é icônica! Um pouco de "Ex_Machina: Instinto Artificial", uma vibe transhumanista... Como foi incorporar todos esses elementos visuais para tornar todo o CD num trabalho tão coeso?
Victoria Dyer: Primeiramente, obrigada! Acho que para mim os elementos visuais estavam bem associados à própria sonoridade do álbum, no fim o trabalho praticamente "se fez" diante dos meus olhos e eu era apenas uma ferramenta para executar o turbilhão de ideias. A composição da capa foi feita sob influência de "Batismo Profano", prestes a ser submersa, e eu não queria muitas distrações visuais.
Vogue: E eu quero saber de onde vem toda inspiração e dedicação, já que você produz as instrumentais, realiza o processamento vocal e escreve as letras de suas todas faixas. É algo incomum e bastante apreciado no Oddcast, tendo apenas Katrina Prada e Zora Venka apresentado tais características.
Victoria Dyer: Ai, é uma honra ser comparada com Katrina Prada e Zora Venka... a Zora foi praticamente a minha primeira referência no Oddcast, com seu processamento vocal perfeito, lenda. Eu me inspiro muito em emoções, sentimentos e pensamentos avulsos que passam pela minha cabeça e se ramificam em algo muito maior quando começo a analisá-los (obrigada pelos mimos, Freud). É algo de dentro para fora, pisando um pouco no terreno do expressionismo. Apesar de ser algo um tanto quanto complexo, quando você separa todos os processos [composição musical, lírica e produção], a música vem naturalmente se eu já comecei algo.Eu adoro criar minhas instrumentais porque isso me permite ter controle total da direção da minha arte.
Vogue: Antes de continuar, Victoria, desejaria afirmar que a interpretação anteriormente dada sobre a faixa "Utopia" presente no seu disco diz respeito apenas a minha visão, como ouvinte e entrevistador, e não a da Vogue ou daqueles que ouviram o disco. Continuando, vamos descontrair um pouco e partir para um quadro super divertido, o VOGUING, onde vou dizer o nome de alguns artistas e você me diz se faria "Voguing" com eles ou não, justificando cada resposta. Vamos lá?
Victoria Dyer: Vamos!
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Voguing
Vogue: Zora Venka
Victoria Dyer: Claro. Não cheguei a ter contato com ela na comunidade, mas o trabalho é icônico.
Vogue: Emmy Leitão
Victoria Dyer: Faria, uma lendah.
Vogue: Gabi
Victoria Dyer: Não sou capaz de opinar, mas um voguing não faz mal a ninguém, então faria.
Vogue: Van Vogue
Victoria Dyer: Faria ao som de "Retratação (Sua Vaca)".
Vogue: E por último... A cavala da Lyah
Victoria Dyer: Tem uma carreira! Faria, saudades das fotos...
Vogue: Obrigada! Voltando as perguntas, o seu talento chamou a atenção da cantora Inui, para quem você concedeu instrumentais originais e participou da produção do Infame, segundo disco da cantora. Como é seu relacionamento com ela e outras artista do RPG?
Victoria Dyer: A Inui é uma grande amiga, começamos a conversar quando ela ainda estava produzindo "Dançando no Escuro", trabalhar no Infame foi a experiência que acabou me levando a produzir minhas próprias músicas para a indústria Oddcast. Eu não diria que sou uma borboletinha social, mas as pessoas do RPG com quem tive (e mantenho) contato até agora são incríveis. Além da Inui, Venus James e Carmim me deram dicas muito proveitosas no meu começo de produção. Não tenho nada a reclamar.
Vogue: Falando sobre relacionamentos no RPG, várias novatas se queixam de como o RPG não as acolhe de primeira, o mesmo acontece com determinadas artistas veteranas. Quando você começou a lançar seus materiais oddcast, sentiu-se acolhida pela comunidade?
Victoria Dyer: Sim! Eu sinto que fui muito bem acolhida, na medida do possível (porque ninguém é obrigado a forçar amizade, ou algo do tipo), eu adoro estar em meio a tantos talentos. Se há ou não um não-acolhimento com outros artistas eu não saberia dizer, porque eu também mantenho certa distância e não cheguei a experimentar rejeição aqui no RPG.
Vogue: Isso é ótimo! Você tem uma comunidade de fãs fervorosa, afinal você ganhou o prêmio de Artista Revelação no Platinum Awards, categoria esta que era aberta ao público. Como é saber que tem um público ao seu lado?
Victoria Dyer: É um conhecimento maravilhoso. Tenho amigos perfeitos que sempre me apoiaram e suporte da comunidade do simbook. Saber que tenho um público (mesmo que, em algum momento, seja de uma pessoa) é saber que tem alguém me ouvindo, que gostam do que eu estou fazendo.
Vogue: E seus próximos planos? Dar continuidade ao debut album com novos singles ou já está preparando algo novo?
Victoria Dyer: Eu nunca paro de produzir música, e provavelmente vou soltar algo novo em breve. O debut para mim já contou a sua história, ainda pretendo lançar mais um clipe, mas não estou com muita pressa.
Vogue: O papo está uma delícia, linda, mas meu Uber já chegou! Foi um prazer estar com você, e já estou ansiosa para o nosso próximo encontro. Boa noite!
Victoria Dyer: Igualmente!
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Uma delícia, né, gente? Victoria Dyer é uma artista incrível, com uma imagem firmada em tão pouco tempo, e está a cada dia trabalhando em algo novo para agraciar o Oddcast com suas raridades. Então, fique ligado nos canais oficiais da cantora para novidades!
Clique aqui para ouvir o primeiro álbum autointitulado da artista.
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